03 julho 2014

A solidão de uma multidão: Her e Medianeras.

Assisti o filme "Her" e fiquei totalmente impactada, confusa e com mil questionamentos. Conversando com um amigo sobre isto. Ele me indicou Medianeras, disse que eram enredos semelhantes, então resolvi assistir. E putz!Outro impacto!

Como não poderia deixar de ser, vim aqui compartilhar com vocês, minha doce análise dessas obras.

Her (Ela), tem um nome tão simples quanto sua história. Aqui acompanhamos a história de Theodore(com uma interpretação magistral de Joaquin Phoenix), um escritor deprimido pela fim do seu casamento. Neste cenário ele adquire um sistema operacional com inteligência artificial, que organiza e-mails, dá conselhos, responde perguntas, suspira, e tudo mais, é quase humano. Envolvido neste cenário é quase que inevitável já imaginar a aproxinamação que Theodore terá com a máquina, visto seu estado atual.

Em Medianeras, temos as histórias de Martin um escritor fóbico que não sai de seu apartamento por nada, usa a internet para fazer tudo que precisa e Mariana que é uma arquiteta, que não tem grandes perspectivas em relação a sua profissão. Ambos tiveram frustrações amorosas.



Her em seu contexto levanta milhares de perguntas em quem o assiste, a solidão de Theo é tão grande que ele se apaixona por uma máquina, uma "mulher" que o compreende, organiza suas tarefas, o ouve, e o estimula. E o sistema operacional (com nome de Samantha), também "sente", ela quer essa vivência humana, o sabor de sentir. Não precisa nem falar que eles passam a viver como um casal, sem o contato físico.
O filme trata dessa forma singela e uma tanto esquisita, da solidão. Do que nos apegamos nesse momento, Theo tem com Samantha uma relação perfeita, ela concorda com tudo, e o incentiva em outros aspectos. Em uma relação de verdade, não se tem esta perfeição, as pessoas são diferentes, mudam, amadurecem, precisam se compreender, entender e divergências de opinião são normais. Em certo momento Samantha pergunta a Theodoro, como é ser casado e ele responde: - Era emocionante... Nós crescemos e mudamos juntos. Mas essa é a parte difícil, mudar sem assustar o outro. Nesta frase ele resume o fato de que sendo inevitável mudarmos, também é impossível ter uma relação perfeita. A qual ele se apegou com Samantha.
E a vontade de Samantha em ser humana, deixa o filme mais intrigante ainda, como Ariel desejando ter pernas, Samantha quer ter vida. O enredo nos leva a pensar, em como nos relacionamos? Fazemos por carência, por por solidão, por querer encontrar alguém perfeito que não discorde em nada? 



Em Medianeras a solidão é vista de outro ponto, os dois personagens são vizinhos, mas nunca se conheceram, ambos vivem na solidão de seus problemas, conectados virtualmente, sem exercer humanidade social. Apesar de parecer que a tecnologia atual afasta as pessoas,como muitos podem enxergar no filme. Eu vejo mais que o se manter isolado, os afasta disso. Hoje sem viver "socialmente" a pessoa utiliza muito a tecnologia para distração,mas outrora não se utilizavam a televisão, os livros, o sono? Que seja desculpas para não ter essa convivência não faltariam desde os tempos primórdios. São pessoas solitárias que mesmo em meio a multidão não falariam com ninguém, a solidão é interna não externa. Até mesmo a internet atualmente junta pessoas de gostos comuns que talvez nunca se conheceriam. Mas Mariana e Martín mesmo tendo tudo em comum não iniciam uma conversa. Isto só mostra nossos tempos de solidão, falta de esperança, de atitude. Até o cartaz de Medianeras, ilustra uma multidão com um  tanto de solidão!

O medo de arriscar pode dominar de tal forma a paralisar nossas atitudes, os filmes mostram bem isto. Arriscar uma relação de verdade e mais uma vez ser magoado, arriscar na vida, arriscar ao sair de casa sem saber se o dia será bom, arriscar arrumar um emprego que ame, arriscar, o viver é nada mais que arriscar, tentar, quebrar a cara e tentar novamente, até conseguir, até estar feliz. Uma vez eu li que felicidade é saber tirar o lado positivo de momentos ruins e saber sorrir na simplicidade, tudo que temos além disso são momentos de prazer, como uma viagem bacana, uma saída legal, são prazeres, porque não se vive somente disso. O que você tem no seu dia a dia é que deve te trazer a felicidade real. Esse medo de arriscar tudo ou nada, é que afasta as pessoas cada vez mais de sua felicidade, as aproxima da solidão e as fazem prisioneiras de seus medos.

Tanto Her quanto Medianeras, nos mostram de diferentes formas, o resultado da solidão. A falta de esperança na vida, a indiferença com seus próprios sonhos. É um tanto doloroso e visceral ver isto na película, mas são filmes que nos fazem pensar, no real sentido. Estamos vivendo porquê? Pra quem? Há vida em nossas vidas? Ou o sistema operacional Samantha tem mais vida que nós humanos, que temos a alma que ela tanto espera? 

Bom, fica aqui minha super indicação por estes filmes tão singelos e originais. Indie até a trilha sonora! 

Pam.

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6 comentários:

  1. Não conhecia nenhum filme mas fiquei bastante interessada!
    Amei o post!
    Beijos e fique com Deus!
    Batom de Framboesa

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  2. Nossa, fiquei super interessada em assistir. Já me questionei algumas vezes sobre esse tema também. E sinceramente, acredito que apesar do ser humano ter essa 'necessidade' de estar com alguém, ter amigos, etc... acho que são melhores sozinhos. Um ser humano quando se junta com outro, adquiri comportamentos, que na maioria das vezes não representa quem ele realmente é, somente para ser aceito pela sociedade.
    Bom, é só o que eu acho.. rsrs
    Eu adorei aqui, como faço pra te seguir?
    Bjs

    http://www.penseira.com/

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    1. Muito interessante esse seu questionamento. Pode ser verdade, deve ser por isso que o conhecer alguém virtualmente tem se tornado tão comum, porque ali as pessoas conseguem ser quem realmente são. Vai saber, Freud explica!hahaha
      Ah!Só curtir a fanpage!:)
      Beijos!

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  3. Muito bom gostei da forma como vc analisou os filmes parabéns, fiquei com muita vontade de assisti vou procura os dois.
    beijo

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    1. Que bom então, espero que goste quando os assistir e tire novas impressões e questionamentos além desses que levantei!.
      Beijos!

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