Esta semana saiu uma reportagem que dizia basicamente que as consumidoras que frequentam o Village Mall, localizado no Rio de Janeiro e conhecido por vender grifes como Carolina Herrera ou Louis Vuitton, estão insatisfeitas com a chegada da Forever 21. Em resumo elas reclamam das clientes que frequentam a Forever, do aumento deste "público" no espaço, e do medo delas que mais lojas deste "calibre" se instalem no local. Ou seja, elas acham que estas pessoas não tem direito de frequentar o lugar que elas frequentam para fazer suas compras.
Vamos aos devaneios então...
Desde que o mundo é mundo existe a classe rica, a média e a pobre. Mas durante muitos anos essa separação era bem mais evidente, uns não frequentavam o espaço do outro. Porém esse cenário ainda MUITO gritante, tem sido amenizado por fatos de lojas como Forever 21 vender suas roupas em preços bem mais baixos que uma Chanel e se instalarem em espaços "reservados", mais facilidade no transporte e mudanças sociais que todos acompanhamos.Mas não são as mudanças sociais que quero me ater e sim a SEGREGAÇÃO DO CONSUMO.
Não existe mais a liberdade do ir e vir? Não estamos mais todos no mesmo espaço?
Não, isso nunca foi verdade gente, a quem queremos enganar? Acho que os rolézinhos tão criticados foi um belo exemplo disso. A liberdade de ir e vir existe se você for branco, estiver com roupas de grife e um belo carro, isso abre portas para todos os lugares. É só analisarmos a quantidade de pessoas que entram em qualquer lugar em poder destes quesitos e no final são meros golpistas. O livro é julgado sim, pela capa.
Lembram da professora que criticou um homem no aeroporto porque ele estava vestido de maneira simples? E no fim o cara tinha sim "poder" aquisitivo só que ao contrário da nossa cultura atual ele não OSTENTOU isto, logo ele não merecia andar de avião. Peraí, na verdade ela só quis dizer que pobre não pode andar de avião, lugar de pobre é na rodoviária.
Pobre não pode ter carro, pobre não pode ocupar lugar de grifes, pobre não pode andar de avião, pobre não pode se vestir bem, pobre não pode nada, só trabalhar em prol dos benefícios do rico.
Vamos acordar gente! As pessoas andam tão fúteis afundadas em sua soberba e seu consumo que se acham superior por usar uma roupa de grife. Querida, sinto lhe dizer mais sua Gucci não faz de você uma pessoa melhor! "E o que se leva dessa vida é a vida que se leva."
Não existe neste momento nada que afasta mais as classes sociais,além da conta bancária é claro(hahaha), do que o meio de consumo. Você é aquilo que você tem, ou pelo menos ostenta ter.E o pior, seu valor é medido por isto. A pessoa trabalha pra consumir, consome mais e trabalha mais para sustentar . É uma roda, e nós somos o hamster girando o dia todo, e o que tem a gaiola mais bonita ganha.
Vejam bem, não estou criticando o ato de comprar,eu compro, todos compramos, para nos vestir bem, andar bem, ter conforto, para comer,e afins. É natural, mas o excesso disso e a excedência da sociedade pra manter isso, que é altamente prejudicial. Não aceito e nunca irei aceitar alguém me falar onde posso ou devo entrar, pelo modo que me visto ou aparência. Isso fere meus direitos como cidadã e como ser humano. Já que é pra evidenciar e separar, coloque bigodinhos, ergam o braço direito no ar com a mão estendida para baixo e grite um Heil. Faça linhas de trânsito exclusivas, construa muros em suas cidade afastando o acesso, cerquem as praias, botem chips para entrar em lojas exclusivas. Só falta isso! Já está na cara e gritante essa segregação.
Nós não podemos abaixar a cabeça, tomos temos direito de consumir o que quisermos e aonde quisermos. E até mesmo de não consumir!
Tome o seu próprio partido, erga sua própria bandeira e grite sua liberdade. Você pode não ser um ativista em manifestações toda semana, mas você é cidadão pertencente há um espaço e deve ser respeitado por isso. Faça valer seus direitos, seus impostos e sua voz! Não aceite ser separado.
Infelizmente, atualmente o que você possui tem valido mais do que o que você é. Mas não é isso que traz paz e felicidade, ser vale muito mais que ter, acredite!
Pam.



E olha só, no final acaba que a gente falou sobre coisas parecidas de maneiras diferentes, em nossos posts!
ResponderExcluirEu tive a infelicidade de ver o vídeo da senhorinha no Village Mall. Teve ateé gente que até criticou o fato dela falar "mequidonaldi", ou seja, aquela velha história de meter o dedo na cara do outro sem antes olhar pro próprio umbigo. E a tristeza que dá saber o tanto de gente podre que existe nesse mundo??
Adorei receber a sua visita! Espero te ver por lá mais vezes ok? Beijinhos ;*
Quando li seu post,pensei a mesma coisa. Sobre falarmos da mesma coisa de modo diferente! HAHAHA
ExcluirAham, enquanto as pessoas julgarem as outras pelo que tem e não pelo que são, esse respeito e carinho mútuo vai ser cada vez mais raro.
Aparecerei sim. Beijos!
Eu acho que essa história tem vários pontos a serem abordados...
ResponderExcluir1- Realmente é ridícula a senhorinha fazendo críticas à F21. Isso eu nem quero falar... Acho que 90% do povo que mora na Barra da Tijuca veio da Zona Norte. Ou seja, essa senhora deve ser mais uma desses emergentes que frequenta o shopping mas não compra um item na Chanel porque é caro.
2- A única coisa que ela falou, e com a qual eu concordo plenamente, é sobre a questão do lixo jogado no chão do shopping por meninas que não queriam perder lugar na fila. E isso não é só no Village. É em tudo. Poderia ser em qualquer lugar. É muita falta de educação e ponto.
3- O negócio é que o Village é um shopping classe AAA e não contava que a população AAA não fosse gastar lá.Quem tem $ pra comprar nas lojas do Village, viaja e compra lá fora por mais da metade do preço. Eles precisavam colocar a F21 para gerar renda. Mas eu achei a maior bola fora em questão de segmentação de público (e não falo de segregação, falo de marketing). Acho que tanto a F21 quanto as clientes serão mais felizes em outros shoppings, de verdade.
4- E, por fim, não consigo compreender o alarde que as pessoas fazem ao redor da F21. É baratinha, tem umas roupinhas bacanas, mas que não duram um ano. Acho que existem marcas nacionais que fazem um trabalho muito mais digno a um preço justo.
Beijos!
Carol
www.arrumadissima.com.br
Eu concordo com você em relação a qualidade da F21 e outras coisas que você assinalou. Só que nem falo só em relação aos clientes se sentirem mais felizes se a loja fosse em outro lugar, até com melhor acesso talvez. Mas sim, das pessoas se acharem melhor que outras só por terem maior poder aquisitivo e querer escolher aonde as pessoas devem ir. A F21 foi um exemplo mais recente, mas temos o caso do advogado no aeroporto e tantos outros que não chegam ao conhecimento geral.
ExcluirEnfim,é isso o julgamento da superioridade, que não pode ser visto como algo comum.